Você já se pegou pensando coisas como “Não sou bom o bastante”, “Sempre serei rejeitado” ou “Não consigo lidar com essa situação”? Esses pensamentos podem parecer verdades absolutas, mas na verdade são crenças que desenvolvemos ao longo da vida e que influenciam diretamente nossas emoções e comportamentos.
Com base na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), compreendemos que essas crenças fazem parte de “esquemas cognitivos“, ou seja, padrões profundos e enraizados que determinam como interpretamos o mundo. Pretendo neste texto explorar como essas crenças se formam, de que maneira afetam nossa vida e como podem ser trabalhadas na terapia.
O Que São Crenças Centrais?
As crenças centrais são ideias fundamentais que temos sobre nós mesmos, os outros e o mundo. Elas costumam se formar na infância e na adolescência, muitas vezes influenciadas por experiências familiares, sociais e culturais.
Podemos dividi-las em três categorias principais:
- Crenças de Desamparo → “Sou incapaz”, “Não tenho controle sobre minha vida”
- Crenças de Desamor → “Não sou digno de amor”, “Sempre serei rejeitado”
- Crenças de Desvalor → “Sou inadequado”, “Nunca serei bom o suficiente”
Essas crenças podem passar despercebidas no dia a dia, mas elas influenciam nossos “pensamentos automáticos“, gerando ansiedade, tristeza ou frustração.
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Esquemas Cognitivos: O Alicerce das Crenças Centrais
Os esquemas cognitivos são estruturas mentais mais amplas que englobam essas crenças centrais. Segundo Jeffrey Young, criador da Terapia do Esquema, existem alguns esquemas desadaptativos que podem afetar nossa vida. Alguns exemplos incluem:
- Desconfiança/Abuso → A crença de que os outros vão enganar, machucar ou trair.
- Privação Emocional → A sensação de que nunca terá suas necessidades emocionais atendidas.
- Dependência/Incompetência → A crença de que não consegue tomar decisões ou enfrentar desafios sozinho.
Esses esquemas influenciam nossos comportamentos e podem gerar padrões disfuncionais em relacionamentos, no trabalho e na autoestima.
Como podemos trabalhar essas crenças?
✔ Identificação das crenças limitantes → O primeiro passo é reconhecer quais são essas crenças e como surgiram.
✔ Questionamento e reestruturação cognitiva → Desafiar essas crenças, buscando evidências reais que as sustentam (ou não).
✔ Experimentos comportamentais → Crie pequenas experiências para testar novas formas de pensar e agir.
✔ Reflexão sobre a origem das crenças → Compreender de onde veio essa visão sobre si mesmo pode ajudar a ressignificá-la.
Conclusão: Podemos Reescrever Nossas Crenças
As crenças centrais e os esquemas cognitivos não são verdades absolutas, são interpretações que aprendemos ao longo da vida, cristalizações do nosso proprio eu. A boa notícia é que é possível ressignificá-las e construir uma visão mais realista e saudável sobre si mesmo.
Se você sente que está preso em padrões negativos, a psicoterapia pode ajudar a desconstruir essas crenças e criar uma relação mais positiva com seus pensamentos e emoções. O primeiro passo é questionar: essa crença realmente reflete a realidade ou é apenas uma história que venho contando a mim mesmo?
A arte no cabeçalho deste texto chama-se O Sonho da Razão Produz Monstros” (1799) – Francisco Goya. Usei ela pois retrata um homem tomado por pesadelos, simbolizando os medos e ilusões que surgem das crenças limitantes.
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