Olá caros leitores, hoje o tema é sobre um assunto comum a todos nós. Falaremos de “DOR“. Ultimamente esta questão vem aparecendo muito na clinica. Com isso pretendo trazer algumas reflexões como a diferença entre dor emocional e física, seus sintomas clássicos, algumas dicas de como atenuar a sensação de dor e por fim seus teóricos mais proeminentes. Sem mais delongas, vamos pro texto pois não tem nada mais chato do que aquela dorzinha crônica que não nos deixa em paz não é mesmo?
Primeiramente é importante entender o que a palavra “dor” significa, sua etimologia tem origem no termo latino “dolor”, que significa “sofrimento”, “aflição”, “angústia“. Isso implica relação com um estado de humor alterado e por vezes dificuldade de nomeação.
A dor é uma sensação que todos nós experimentamos em algum momento da vida (à menos que tenha um transtorno muito raro chamado analgesia congênita). Seja dor física ou emocional, ela pode ser uma grande fonte de sofrimento, mas também pode ser uma boa oportunidade para aprendermos mais sobre nós mesmos, nosso funcionamento físico e mental, além de habilidades de enfrentamento.
No caso da dor física, ela age em nosso corpo nos informando que algo precisa ser cuidado ou tratado. Se ignorarmos essa informação, podemos acabar prejudicando nossa saúde e bem-estar. Portanto, a dor pode ser vista como um sinal de que algo não está funcionando corretamente e precisa ser resolvido, como uma espécie de alerta. A dor física pode ser descrita como uma sensação desconfortável e muitas vezes insuportável que é sentida nas diferentes partes do corpo. A intensidade da dor pode variar de leve a grave e pode ser descrita como aguda, lancinante, ardente, pulsante ou latejante. Alguns exemplos de sintomas de dor física incluem dor de cabeça (muito comum), dor nas costas, dor muscular, dor nas articulações, dor abdominal, dor de dente, entre outros.
Já a dor emocional pode ser tão complicada quanto a dor física de lidar, ela por sua vez, está relacionada a aspectos psicológicos e pode ser descrita como uma sensação dolorosa de tristeza, angústia, ansiedade, solidão, desespero, raiva ou desesperança. Os sintomas de dor emocional podem incluir sentimentos de inquietação, falta de interesse em atividades que normalmente eram prazerosas, pensamentos negativos sobre si mesmo, dificuldade para dormir, irritabilidade, isolamento social e falta de energia. Muitas vezes, a dor pode parecer insuportável, deixando-nos desesperados por alívio imediato. Esses sintomas podem ser causados por uma variedade de fatores, incluindo eventos traumáticos, perda, desapontamentos, mudanças significativas na vida, estresse diário entre outros.
No entanto, é importantíssimo lembrar que a dor emocional também nos ajuda a crescer e nos fortalecer. Ao enfrentar nossas emoções difíceis em vez de evitá-las, podemos desenvolver resiliência e habilidades de enfrentamento que nos ajudarão a lidar com problemas futuros. A psicoterapia é uma ferramenta útil para aprender a lidar com a dor emocional. O processo terapêutico nos ajuda a aumentar nosso autoconhecimento, busca nos ajudar a entender nossas emoções e pensamentos, e a encontrar maneiras saudáveis de lidar com a dor.
Além disso, é de suma importância lembrar que, embora a dor possa parecer intolerável no momento, ela é temporária. Ao trabalhar para compreender a raiz da dor e lidar com ela de forma eficaz, podemos nos tornar mais resistentes e adquirir ferramentas para lidar com a dor emocional sem nos afetar como no passado. A cada situação de dor emocional compreendida e trabalhada, vamos ficando mais fortes e mais experientes.
Portanto, a dor não deve ser vista como uma inimiga, mas sim como uma “professora turrona”. Aprendendo com a dor, podemos nos tornar mais compassivos, resilientes e fortes. Se você está enfrentando dor emocional, procure ajuda de um profissional de psicologia. Juntos, vocês podem trabalhar para encontrar maneiras saudáveis e duradouras de lidar com isso.
Para além da psicoterapia, como em outros textos aqui do blog eu apresento algumas alternativas para ajudar a atenuar os sintomas de dor;
- Praticar exercícios físicos: a atividade física pode liberar endorfinas, que são analgésicos naturais do organismo, e ajudar a aliviar a dor física e emocional.
- Realizar técnicas de respiração: a respiração profunda e controlada pode ajudar a acalmar o sistema nervoso e reduzir a ansiedade e a tensão muscular.
- Investir em meditação: a meditação pode ajudar a reduzir a dor física e emocional, além de melhorar a qualidade do sono, diminuir o estresse e ansiedade.
- Ter uma dieta saudável: uma alimentação balanceada e saudável pode ajudar a reduzir a inflamação no corpo, que é uma causa comum de dor crônica.
- Buscar ajuda profissional: em casos de dor persistente ou incapacitante, é importante buscar ajuda de um profissional de saúde para diagnóstico, tratamento e acompanhamento adequados.
- Praticar a autocuidado: aprender a ser gentil consigo mesmo pode ajudar a aliviar a dor emocional e reduzir a tensão muscular associada à ansiedade e estresse.
- Fazer atividades prazerosas: buscar atividades que proporcionem prazer e bem-estar, como ouvir música, ler, caminhar ao ar livre ou cozinhar, pode ajudar a aliviar a dor emocional e reduzir a ansiedade.
- Cuidado com a automedicação: Embora seja uma alternativa rápida para diminuir os sintomas, a automedicação pode camuflar a raiz do incomodo e causar dependência.
Se este assunto te interessou, recomendo aqui alguns dos autores que me ajudaram a ampliar a compreensão acerca da dor emocional e física;
- Ronald Melzack e Patrick Wall– Criadores da Teoria do Controle de Portão, uma das principais teorias da dor.
- Howard Fields – neurocientista e pesquisador na área de dor crônica.
- Clifford Woolf – neurocientista e pesquisador na área de dor aguda e crônica.
- João Santos – Fisioterapeuta especializado em dor.
- Fernando Rasqueri– Médico referencia no tratamento de fibromialgia.
- Fabrício Dias Assis – neurologista especializado em dor crônica e professor da USP
- Artur Kümmer – psicólogo clínico especializado em dor crônica e professor da UFSCar
É importante observar, que o intuito deste texto não é esgotar a discussão sobre dor, muito menos carregar título de verdade absoluta. O objetivo é expor um pouco da minha percepção clínica, carregada de minha experiência profissional e acadêmica. A escrita segue em um formato de ensaio e observações mais genéricas acerca do fenômeno, pois é preciso preservar a multiplicidade de fatores e afetações da existência de cada sujeito.
Espero que a leitura tenha te ajudado a entender um pouco mais sobre dor física e emocional, suas características, sintomas mais comuns e algumas ferramentas para ajudar a administrar a dor. Se gostou do conteúdo me acompanhe aqui, compartilhe com quem possa se interessar e se necessário em contato comigo para trocarmos ideias.
Até o próximo post!
